O caminho de regresso a Deus, que representa o tempo de Quaresma iniciado pela Igreja na Quarta-feira de Cinzas, tem na oração, no jejum e na esmola três pontos de apoio fundamentais.
O contexto atual exige mais que nunca viver a Quaresma como um caminho de regresso profundo do coração do homem, da sua vida, das suas organizações sociais ao rosto de Jesus, para que chegue ao coração amoroso do Pai-Criador.
Cenários internacionais de conflito e de violência impõem a necessidade de redescobrir o caminho da paz como via de diálogo e de justiça, algo que passa através da conversão do coração de cada homem e mulher de nosso tempo, isto é, do coração de todos nós.
Também a sociedade secularizada evidencia a necessidade de redescobrir os horizontes da esperança, algo que só o Deus vivo pode dar. Por isto é importante voltar a Deus seguindo a Cristo Jesus, caminho, verdade e vida.
Para isso a Quaresma apresenta três meios sensíveis de conversão: a oração, o jejum e a esmola. Para o cristão verdadeiro e desejoso de conhecer a eternidade, orar significa deixar-se amar pelo Pai, pôr-se em atitude de escuta, de docilidade interior e apresentar-lhe tudo o que somos, nossas expectativas e esperanças; é viver a oração como um sacrifício de louvor e de intercessão.
A oração também significa unir-nos a Jesus na Igreja e a seu Corpo na história e abrir-nos ao sopro do Espírito Santo, que faz novas todas as coisas. Com sabedoria, buscar a oração na Trindade Santa, é o que devemos descobrir cada vez mais, na oração cotidiana.
Por outro lado, o jejum na grande tradição espiritual, tem um sentido escatológico, como quando se espera um momento importante; é como passar a um segundo plano a necessidade física de alimentar-se ao estar nutrido por este desejo e esta espera. O jejum, não é um simples meio, perdido no meio de tantas outras práticas cristãs
Na tradição cristã, o jejum representa, sobretudo, a dimensão da espera do Senhor e a abertura do coração, despojando-se de tudo o que é obstáculo ao dom de sua vinda.
Por sua parte, longe de ser só um gesto de dar, a esmola é uma atitude de coração: é um coração humilde, arrependido, misericordioso, compassivo, que busca reproduzir nas relações com os demais a experiência de misericórdia que cada um de nós vive na relação com Deus.
Por isso a esmola é atenção, é concretizar, é discernimento, é dom: todas elas dimensões que foram experimentadas pelo fiel quando contempla o amor de Deus que lhe acolhe e lhe perdoa.
Fazemos um convite para todos os nossos internautas para esse novo tempo litúrgico que é a quaresma: o Portal Católico, nos seus mais diversos canais, oferece artigos, reflexões e orações para um verdadeiro Retiro Espiritual Quaresmal. Fica aqui também o convite para que nesta Quaresma busquemos redescobrir o valor do sacrifício; um pequeno sacrifício, um gesto de amor, possivelmente humilde, escondido, mas autêntico, que custe algo e que seja feito por louvor e amor a Deus e por alguém que sofra e tenha necessidade.
De fato, sem sacrifício não há amor, assim como sem amor o sacrifício seria simplesmente constrição exterior.
O sacrifício é oferecimento de amor. E não devemos esquecer o grande exemplo que nos deu Jesus e lembre-se que tanto amou Deus o mundo que não se reservou o seu próprio Filho, mas que o entregou por todos nós.
Termino o nosso editorial de abertura do tempo quaresmal com algumas frases abaixo que encontrei em minhas anotações que já nos podem ajudar a abrir o nosso Retiro Espiritual.
Paz e Bem!
Pe. Oswaldo Gerolin Filho
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