Paróquia Sagrada Família

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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sacramento da penitência e da reconciliação



por quê a quaresma ESTÁ TÃO CENTRADA NA penitência e NA reconciliação?


 
 
                A Igreja associa-se a cada ano, através dos quarenta dias da Grande Quaresma, ao mistério de Jesus no deserto,  um tempo de solidão vivido por Jesus imediatamente após o seu Batismo e ao fim do qual, Satanás o tenta por três vezes, procurando questionar sua atitude filial para com Deus (...); ataques que recapitulam as tentações de Adão no Paraíso e de Israel no deserto.

                Os evangelistas assinalam o sentido salvífico deste acontecimento misterioso. Jesus é o novo Adão, que ficou fiel lá  onde o primeiro sucumbiu à tentação. Cristo venceu o Tentador por nós: “Pois não temos um sumo sacerdote incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado.” (Hb 4,15).

            Por quê precisamos de um sacramento de Reconciliação, após o Batismo?

                O Batismo é o primeiro e o principal sacramento do perdão dos pecados. 
                O perdão que recebemos pelo Batismo é completo. Contudo, a graça do Batismo não livra ninguém de todas as fraquezas da natureza, nem da inclinação ao pecado, que a tradição chama de concupiscência, que continua nos batizados para prová-los no combate da vida cristã, auxiliados pela graça de Cristo.  
                “O Sacramento da Penitência é necessário para a salvação daqueles que caíram depois do Batismo, assim como o Batismo para os que ainda não foram regenerados” (Conc. de Trento: DS 1672).
                O perdão dos pecados cometidos após o Batismo é concedido por um sacramento próprio chamado sacramento da Conversão, da Confissão, da Penitência ou da Reconciliação.
                S. Ambrósio, referindo-se às duas conversões, diz que na Igreja “existem a água e as lágrimas: a água do Batismo e as lágrimas da penitência”  (Ep. 41,12).

o que é o pecado? 

                O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando da sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem [pecado original].
                Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.
                Neste pecado, o homem preferiu-se a si mesmo a Deus, e por isto menosprezou a Deus: optou por si mesmo contra Deus, contrariando as exigências do seu estado de criatura e conseqüentemente de seu próprio bem. Criado em estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente “divinizado” por Deus na glória. Pela sedução do Diabo, quis “ser como Deus”, mas “sem Deus, e antes de Deus, e não segundo Deus” (S. Maximo Confessor, ambig).
                O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como “uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna” (Sto. Agostinho, Faust. 22; Sto. Tomás de Aquino, s. th. 1-2,71.6).  É uma ofensa a Deus.
                A raiz de todos os pecados está no coração do homem. As espécies e a gravidade dos mesmos medem-se principalmente segundo o seu objeto.
                Escolher deliberadamente, isto é, sabendo e querendo, uma coisa gravemente contrária à lei divina e ao fim último do homem, é cometer pecado mortal.  Este destrói em nós a caridade, sem a qual é impossível a bem-aventurança eterna. Caso não haja arrependimento, acarreta a morte eterna.
                O pecado venial constitui uma desordem moral reparável pela caridade, que ele deixa subsistir em nós.
                A repetição dos pecados, mesmo veniais, produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais.

de que maneira o pecado de adão se tornou o pecado de todos os seus descendentes?

                A Escritura mostra as conseqüências dramáticas desta primeira desobediência. Adão e Eva perdem de imediato a graça da santidade original. Têm medo deste Deus do qual fizeram uma imagem falsa, de um Deus enciumado das suas prerrogativas.
                A harmonia na qual estavam, estabelecida graças à justiça original, está destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo é rompido; a união entre o homem e a mulher é submetida a tensões; suas relações serão marcadas pela cupidez e pela dominação. A harmonia com a criação está rompida: a criação visível tornou-se para o homem estranha e hostil. Por causa do homem, a criação está submetida “à servidão da corrupção” (Rm 8,20).
                Finalmente, vai realizar-se a conseqüência explicitamente anunciada para o caso de desobediência: o homem “voltará ao pó do qual é formado” (Gn 3,19). A morte entra na história da humanidade (Cf. Gn 2,17).
                A partir do primeiro pecado, uma verdadeira “invasão” do pecado inunda o mundo (...). A Escritura e a Tradição da Igreja não cessam de recordar a presença e a universalidade do pecado na história do homem.
                A transmissão do pecado original é um  mistério que não somos capazes de compreender plenamente.
                Sabemos, porém, pela Revelação, que Adão havia recebido a santidade e a justiça originais  não exclusiva-mente para si, mas para toda a natureza humana: ao cederem ao Tentador, Adão e Eva cometem um  pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana, que vão transmitir em um estado decaído. É um pecado que será transmitido por propagação à humanidade inteira (...): é um pecado “contraído” e não “cometido”, um estado e não um ato.

mas por quê deus não impediu o primeiro homem de pecar?

                O pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam amá-lo e amar-se mutuamente.               
                [Mas]  “A graça inefável de Cristo deu-nos bens melhores do que aqueles que a inveja do demônio nos havia subtraído”. [S. Leão Magno].
                “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20).    “Ó feliz culpa, que mereceu tal e tão grande Redentor” (Canto do Exultet - S. th 3.1.3.ad.3.).
                Deus permite que os males aconteçam para tirar deles um bem ainda maior.

            e o MEU PECADO: NÃO AFETA SOMENTE A MIM?

                Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua  dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva.
                Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem conseqüências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro.

eu não peco: apenas, cometo erros

                O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores. (...) Acolher essa misericórdia exige da nossa parte a confissão das nossas faltas.
                “Se dissermos: ‘Não temos pecado’, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessamos nossos pecados, ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos purificará de toda injustiça” (1Jo 1,8-9)
                Como o médico que examina a ferida antes de curá-la, assim Deus, por sua palavra e por seu Espírito, projeta uma luz viva sobre o pecado.

para voltar à comunhão com deus, quanto compete ao homem e quanto a deus?

                Voltar à comunhão com Deus depois de a ter perdido pelo pecado é um movimento que nasce da graça do Deus misericordioso e solícito pela salvação dos homens. É preciso pedir esse dom precioso para si mesmo como também para os outros [intercessão].
                O movimento de volta a Deus, chamado conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos e o firme propósito de não mais pecar no futuro. A conversão atinge portanto o passado e o futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina.

em que consiste o sacramento da penitência?

                O sacramento da Penitência é constituído de três atos do penitente, e da absolvição dada pelo sacerdote.
                Os atos do penitente são: o arrependimento, a confissão ou declaração dos pecados ao sacerdote e o propósito de cumprir a penitência e as obras de reparação.


ARREPENDIMENTO

                O arrependimento (também chamado contrição) deve inspirar-se em motivos que decorrem da fé. Se o arrependimento estiver embasado no amor de caridade para com Deus, é chamado “perfeito” [contrição de caridade]; se estiver fundados em outros motivos [contrição por temor], será  “imperfeito”.

CONVERSÃO DO CORAÇÃO E PENITÊNCIA INTERIOR

                O apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa em primeiro lugar as obras exteriores (...), mas a conversão do coração, a penitência interior. Sem ela, as obras de penitência continuam estéreis e enganadoras (...).
                A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas: o jejum,  a oração e a esmola  (Cf. Tb 12,8; Mt 6,1-18),  que exprimem a conversão em relação a si mesmo, a Deus e aos outros.
                Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, “que cobre uma multidão de pecados” (1Pd 4,8).
                A conversão se realiza na vida cotidiana através de gestos de reconciliação, do cuidado dos pobres, do exercício e da defesa da justiça e do direito, pela confissão das faltas aos irmãos, pela correção fraterna, pela revisão de vida, pelo exame de consciência, pela direção espiritual, pela aceitação dos sofrimentos, pela firmeza na perseguição por causa da justiça.
                Tomar sua cruz, cada dia, e seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitência.


por que precisamos da igreja para o perdão dos pecados?

                Só Deus perdoa os pecados. Por ser o Filho de Deus, Jesus exerce esse poder divino (Mc 2,5.10; Lc 7,48).  Mais ainda: em virtude de sua autoridade divina, transmite esse poder aos homens para que o exerçam em seu nome.
                “A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo” (Sto. Agostinho, serm. 214,11).
                “Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo;  aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,22-23).
                Somente os sacerdotes que receberam da autoridade da Igreja a faculdade de absolver podem perdoar os pecados em nome de Cristo.

EU ME CONFESSO DIRETAMENTE COM DEUS - ISSO NÃO BASTA?

                A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida de absolvição, continua sendo o único   meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.
                Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja, deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente a sua consciência. Mesmo sem ser necessária em si a confissão das faltas veniais, a Igreja não deixa de recomendá-la vivamente.
                A declaração dos pecados ao sacerdote constitui uma parte essencial do sacramento da penitência: “Os penitentes devem, na confissão, enumerar todos os pecados mortais de que têm consciência depois de examinar-se seriamente, mesmo que esses pecados sejam muito secretos e tenham sido cometidos somente contra os dois últimos preceitos do decálogo, pois às vezes esses pecados ferem gravemente a alma e são mais prejudiciais do que os outros que foram cometidos à vista e conhecimento de todos” (C. de Trento: DS 1680).

SINTO VERGONHA DE CONTAR AO SACERDOTE ALGUNS DOS MEUS PECADOS...

                O confessor não é senhor, mas servo do perdão de Deus. O ministro deste sacramento deve unir-se à intenção e à caridade de Cristo. (...)  Todo sacerdote que ouve confissões é obrigado a guardar segredo absoluto a respeito dos pecados que seus penitentes lhe confessaram, sob penas severíssimas. Também não pode fazer uso do conhecimento da vida dos penitentes adquirido pela confissão. Este sigilo, que não admite exceções,  chama-se “sigilo sacramental” (...).
                Quando os cristãos se esforçam para confessar todos os pecados que lhes vêm à memória, não se pode duvidar que tenham o intuito de apresentá-los todos ao perdão da misericórdia divina. Os que agem de outra forma tentando ocultar conscientemente alguns pecados não colocam diante da bondade divina nada que ela possa remir por intermédio do sacerdote.  Pois, “se o doente insistir em esconder do médico sua ferida, como poderá a medicina curá-lo?”  (S. Jerônimo, Eccl. 10,11 C. de Trento DS 1680).



TENHO MEDO DE QUE O MEU PECADO NÃO TENHA PERDÃO...!
                Não há pecado algum , por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar (...) “desde que o arrependimento seja sincero”   (Catech. R. 1,11,5). 
COM QUE FREQÜÊNCIA DEVO ME CONFESSAR?

                Conforme o mandamento da Igreja, “Todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar fielmente seus pecados graves, pelo menos uma vez por ano”    (CIC, cân. 989; cf. DS 1683; cf. DS 1708).   
                Aquele que tem consciência de ter cometido um pecado mortal não deve receber a Sagrada Comunhão, mesmo que esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvição sacramental,    a menos que tenha um motivo grave para comungar e lhe seja impossível chegar a um confessor.
                As crianças devem confessar-se antes de receber a Primeira Eucaristia.

 o QUE É CONFISSÃO COMUNITÁRIA?

                O sacramento da Penitência também pode ter lugar no quadro de uma celebração comunitária, na qual as pessoas se preparam juntas para a confissão e também juntas agradecem pelo perdão recebido. Neste caso, a confissão pessoal dos pecados e a absolvição individual são inseridas [mas não dispensadas, de forma alguma!  - comentário e grifo nossos]  numa liturgia da Palavra de Deus, com leituras e homilia, exame de consciência em comum, pedido comunitário de perdão, oração do “Pai-Nosso” e ação de graças em comum.

            A CONFISSÃO COMUNITÁRIA NUNCA DÁ ABSOLVIÇÃO GERAL?

                Em casos de necessidade grave, pode-se recorrer à celebração comunitária da reconciliação com confissão e absolvição gerais. Esta necessidade grave pode  apresentar-se quando há um perigo iminente de morte sem que o ou os sacerdotes tenham tempo suficiente para ouvir a confissão de cada penitente.
                A necessidade grave pode também apresentar-se quando, tendo-se em vista o número dos penitentes, não havendo confessores suficientes para ouvir devidamente as confissões individuais num tempo razoável, de modo que os penitentes, sem culpa de sua parte, se veriam privados durante muito  tempo da graça sacramental ou da sagrada Eucaristia.
                Nesse caso os fiéis devem ter, para validade da absolvição, o propósito de confessar individualmente seus pecados no devido tempo.
                Cabe ao Bispo diocesano julgar se os requisitos para a absolvição geral existem. Um grande concurso de fiéis por ocasião das grandes festas ou de peregrinação não constitui caso de tal necessidade grave.

a penitência sacramental

                O confessor propõe ao penitente o cumprimento de certos “atos de satisfação” ou de “penitência”, para reparar o prejuízo causado pelo pecado e restabelecer os hábitos próprios ao discípulo de Cristo.
                “A penitência impele o pecador a suportar tudo de boa vontade. Em seu coração está o arrependimento; em sua boca, a acusação; em suas obras, plena humildade e proveitosa satisfação” (Catec. R. 2,5,21. Cf. C. de Trento: DS 1673).
                No curso dos séculos, a forma concreta segundo a qual a Igreja exerceu esse poder recebido do Senhor variou muito. Nos primeiros séculos, a reconciliação dos cristãos que haviam cometido pecados particularmente graves depois do Batismo (por exemplo, a  idolatria, o homicídio ou o adultério) estava ligada a uma disciplina bastante rigorosa, segundo a qual os penitentes deviam fazer penitência pública por seus pecados, muitas vezes durante longos anos, antes de receber a reconciliação. A esta “ordem dos penitentes”  (que incluía apenas certos pecados graves) só se era admitido raramente e, em certas regiões, só uma vez na vida.                 No século VII, inspirados na tradição monástica do Oriente, os missionários irlandeses trouxeram para a Europa continental a prática “privada” da penitência que não mais exigia a prática pública e prolongada de obras de penitência antes de receber a reconciliação com a Igreja. O sacramento se realiza daí em diante de uma forma mais secreta entre o penitente e o presbítero. Esta nova prática previa a possibilidade da repetição, abrindo assim o caminho para uma freqüência regular a este sacramento. Permitia integrar numa única celebração sacramental o perdão dos pecados graves e dos pecados veniais. Em linhas gerais, é essa a forma de penitência que é praticada na Igreja até hoje.
                Os atos de satisfação impostos pelo confessor podem consistir na oração, numa oferta, em obras de misericórdia, no serviço ao próximo, em privações voluntárias, sacrifícios e principalmente na aceitação paciente da cruz que temos que carregar. Essas penitências nos ajudam a configurar-nos com Cristo que, sozinho, expiou nossos pecados uma vez por todas. Permitem-nos também tornar-nos co-herdeiros de Cristo ressuscitado, “pois sofremos com ele” (Rm 8,17; Cf. C. de Trento: DS 1690).
                Mas nossa satisfação, aquela que pagamos pelos nossos pecados, só vale por Jesus Cristo: pois não podendo coisa alguma por nós mesmos, “tudo podemos com a cooperação daquele que nos conforta”  (Fl 4,13).

                       

Os efeitos espirituais do sacramento da Penitência são:

a reconciliação com Deus, pela qual o penitente recobra a graça;
a reconciliação com a Igreja;
a remissão da pena eterna devida aos pecados mortais;
a remissão, pelo menos em parte, das penas temporais, seqüelas do pecado;
a paz e a serenidade da consciência, e a consolação espiritual;
o acréscimo de forças espirituais para o combate cristão.
                Não devemos esquecer que a reconciliação com Deus tem como conseqüência, por assim dizer, outras reconciliações capazes de remediar outras rupturas ocasionadas pelo pecado: o penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais profundo do seu ser, onde recupera a própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos que de alguma maneira ofendeu e feriu; reconcilia-se com a Igreja; e reconcilia-se com toda a criação (RP 31).

indulgências
                Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, seqüelas dos pecados.
o Que é a indulgência?

                “A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel bem disposto obtém em certas condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos”.


tipos de indulgências e a quem se aplicam

                “A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados” .      
                As indulgências podem aplicar-se aos vivos e aos defuntos (Paulo VI, const. ap.  “Indulgentiarum doctrina”, normais  1-3).

            se confessamos e fomos perdoados, por quê precisamos de indulgências?

                Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência.  O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, conseqüentemente,  nos torna incapazes da vida eterna; esta privação se chama  “pena eterna” do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado purgatório. Esta purificação liberta da chamada “pena temporal” do pecado.
                Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas antes como uma conseqüência da própria natureza do pecado.  Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, não subsistindo mais qualquer pena.
                O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado. (...)
  
            “O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do “filho pródigo”,  cujo centro é o “pai misericordioso” (cf. Lc 15,11-24): o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho, depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.”   (CIC nr. 1439)


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