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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Símbolos? Ou sinais?

Todos os símbolos são sinais, mas nem todos os sinais são símbolos. Os sinais não simbólicos recebem sua significação como que de fora, pela convenção entre os membros de um determinado grupo cultural. São arbitrários; poderiam ser substituídos por outros. Um sinal vermelho no trânsito, por exemplo, é um sinal e não um símbolo.

O símbolo tem sua raiz no inconsciente e expressa uma experiência vivida a um nível anterior à conceituação. Ou, como o expressa um outro autor: é movido pelo autor: é movido pelo desejo, que é insaciável e almeja a totalidade do real, ou melhor, almeja Alguém que possa satisfazer nosso desejo.

Por isso, no símbolo existe como que uma relação interna que revela a unidade entre sinal sensível e realidade significada. Por exemplo, água como símbolo de purificação, de vida. A água em si já contém como que o sentido de purificação, de vida. Não é algo que é imposto de fora, racionalmente.

Símbolo não é o resultado de uma transferência de significação além da matéria, mas a própria articulação da densidade da matéria, que conserva sua totalidade de ser, em vez de ser escamoteada pelo espírito. (...) A matéria é investida pelo espírito.

Símbolos atingem o ser humano como um todo
Vamos nos lembrar de alguma celebração passada... O que ficou gravado em nossa memória? Provavelmente, os cantos, os símbolos e principalmente as ações simbólicas. Por que isso? Porque atingem nossa pessoa como um todo; não só a nossa mente, mas também nossa afetividade, partindo do corpo e, atingindo através dele, as camadas mais profundas de nosso ser.

Uma especialista em eutonia, Thérèse Bertherat, nos lembra o seguinte:

Cuidado com o corpo, disse-me há muito um psicanalista que assistira às minhas aulas. Nosso corpo pertence ao domínio da mãe. Quando você procura abordar o ser pelo corpo, você entra diretamente nas camadas arcaicas da personalidade.

E podemos dizer que nos liga não somente com o domínio da mãe, matriz geradora de nossa vida, mas nos liga ainda com a matriz geradora de toda vida: Deus.

A liturgia é feita com “sinais sensíveis” (SC 7), usados simbolicamente. Partindo de nosso corpo, penetram nossa afetividade, nossa consciência, nosso inconsciente...

São capazes de ligar, unir, juntar (symbállo):

* Corpo, alma, mente, espírito... de cada um de nós;
* As várias pessoas participantes, estreitando os laços na assembléia;
* Cada um de nós e a comunidade reunida com a realidade (tanto cósmica quanto histórica) que nos cerca;
* Cada um de nós e a comunidade reunida com Aquele que é a fonte da vida;
* Presente e passado, céu e terra, “matéria” e “espírito”...

Através de nossa participação nas ações simbólicas, temos acesso à realidade que existe para além do sensível, para a qual os símbolos e ações simbólicas remetem. E qual é esta realidade? Para nós, cristãos, esta realidade é o próprio Jesus Cristo glorificado em sua páscoa. Assim, a nossa participação na ação ritual da liturgia é páscoa de Cristo na páscoa da gente, páscoa da gente na páscoa de Cristo.

Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:
1. Conseguimos entender a diferença que existe entre “sinal” e “símbolo”?
2. Vamos elencar alguns “sinais” e alguns “símbolos” mais presentes em nossa vida para que possamos fazer bem esta distinção?
3. Quais as realidades de nossa vida, de nossa história e de nossa comunidade que um “símbolo” pode “ligar, unir, juntar”?

Fonte: Ione Buyst. Extraído do livro Celebrar com os Símbolos, Edições Paulinas, pág. 31.

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